sábado, 15 de janeiro de 2011

permaneço.

Permaneço na escuridão do meu quarto, como ruído de fundo ouço o riso do meu irmão e as palavras da minha mãe.Permaneço na solidão do meu quarto, sem forças e sem expressão no olhar, as lágrimas percorrem-me o rosto e eu nem ligo, porque sei que não vale a pena tentar apanhá-las, que elas não se vão esgotar.Permaneço na tristeza do meu quarto, sem o olhar conseguir levantar. Uma raiva percorre todo o meu ser, e eu não aguento mantê-la invisível. O telemóvel toca e eu deixo tocar, quando para, pego nele, e na irreflexão de um movimento atiro-o ao chão, ao tentar expulsar a mágoa do meu corpo.Tento me abstrair, esquecer que o mundo existe, esquecer o chão que debaixo dos meus pés está. Tento me esconder para ninguém me puder encontrar, fecho tudo até a escuridão absoluta me encostar a parede, sem escapatória para confessar tudo o que passa, deito-me no chão, atenta ao bater do meu coração a espera que a minha boca consiga prenunciar as palavras presas no meu coração, palavras que estão irredutivelmente trancadas a sete chaves a que ninguém pode ceder. O coração continua a proporcionar sangue a todo o meu corpo, a minha respiração continua calma e despida de emoção, mas sei que algo não bate certo, porque a minha alma está vazia, e isso acho que não há maneira de mudar, com alma vazia, mas com coração a bater, tento ultrapassar mais um dia sem desfalecer, e, quando a noite chego a casa, no quarto me fecho, a espera que o destino chegue, e que cumpre o destino a que eu sempre estive destinada.

3 comentários:

  1. - raquelg.16.1.11

    - os teus textos são profundos , e cativam-me ;$
    - amo-te .

    ResponderEliminar
  2. - raquelg.17.1.11

    - ai , esta menina escreve tão bem (:
    - amo-te

    ResponderEliminar

escreve o que te vai na alma. ♥