segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

end.

construo um muro para me proteger das histórias falsas que tanto se conta. fecho os olhos e peço que a noite venha para me acolher, abro timidamente os olhos para ver se o meu desejo se concretizou, mas não, ainda é dia e o sol está no céu pronto para mostrar as imperfeições de algo perfeito, as lágrimas começam a cair e eu vejo o meu coração a ser despedaçado, penso que isto talvez seja um pesadelo, e belisco-me para ter a certeza, mas não acordo, as lágrimas caem com mais força e eu abro os olhos para ver as horas, o despertador está mesmo ao meu lado e quando olho para ele, chamo-o mentiroso, porque a lua não está no céu e já devia estar. espero mais um pouco, à espera que ela venha, mas ela não aparece, e eu fico com medo por ela, e por mim. determinada, levanto-me e saio de casa com uma faca na mão, tenho mais medo do dia do que da noite, e assim sinto-me mais protegida, percorro as ruas, de madrugada, e percebo que algo aconteceu, a lua não apareceu, então sinto-me vazia. caminho, caminho, caminho, e nada, as lágrimas percorrem-me mais uma vez, e eu só penso «parem por um minuto, por favor», mas não vale a pena, elas continuam a cair, já não tenho força para mais, e por isso sento-me a um canto, sinto-me perdida, a lua não me veio dar apoio, e eu não sei o que fazer, sinto o meu corpo dormente e encosto-me a parede, sinto fome, sinto sede, sinto dor,  e não aguento mais, com dificuldade abro os olhos e olho para a faca. e num gesto irracional espeto-a no meu peito, e espero que isso seja suficiente, o sol queima e eu sinto-o a sorrir, depois uma calma percorre o meu ser, e eu pensei: «a lua não apareceu, então será o meu fim.»

Sem comentários:

Enviar um comentário

escreve o que te vai na alma. ♥